Arara é um município brasileiro do estado da Paraíba, foi emancipado da cidade de Serraria e instalado em 1961. A origem de seu nome se deve-se pela grande quantidade de aves deste tipo (araras) que existiam antigamente no local.
Localiza-se na Mesorregião do Agreste Paraibano e na Microrregião do Curimataú Ocidental. Em 2008, possuía uma população de 12.698 habitantes, em uma área territorial de 89 km². Sua principal via de acesso é pela rodovia PB-105, está distante 155 quilômetros de João Pessoa, a capital do estado.
História
Segundo o geógrafo e historiador Antonio Gregório da Silva, no seu trabalho mimeografado "Arara, 125 anos depois… Fatos que devem ser Lembrados" a origem do povoamento de Arara, ocorreu na segunda metade do Século XIX, quando tropeiros viajantes que faziam o transporte de carne de sol, farinha de mandioca e rapadura, entre o Curimataú/Seridó e o Brejo paraibano, aproveitavam as sombras das copas das muitas árvores da família das "Baraúnas" que existiam nas proximidades de um riacho, situado ao norte do Engenho Porções, nos contrafortes do Planalto da Borborema, depois de três léguas de cavalgada no local onde hoje se encontra edificada a cidade de Arara.
Aos poucos, este local tornou-se ponto de encontro e de comércio entre os tropeiros viajantes que demandavam do Brejo ou da região do Curimataú onde faziam suas compras de carne de sol, farinha de mandioca e rapadura, alimentos de primeira necessidade negociados entre os "sertanejos" e "brejeiros" naquela área, que logo ficaria conhecida pelo nome de "Baraúnas das Araras" em virtude do grande número de aves desta espécie ali existentes ainda por volta do ano de 1860.
Padre-mestre Ibiapina
Foi então que nesta mesma época, proveniente do estado do Ceará, chegou a região o Padre-Mestre-Doutor José Antônio Maria Ibiapina, que muito influenciou para o desbravamento e progresso da região do Curimataú, onde hoje se encontra o município de Arara. Ele fundou próximo a atual cidade de Arara a Casa de Caridade de Santa Fé, instalada no ano de 1866, em terreno doado pelo Major Antônio José da Cunha e sua esposa Cândida Americana Hermogenes de Miranda Cunha, proprietários de jazidas de calcário na região.
O Major Antônio José da Cunha, também construiu a primeira casa da futura povoação de Arara e muito contribuiu para o seu desenvolvimento até o ano de 1881 quando veio a falecer com 94 anos de idade. Sua esposa Cândida Americana, que era muito religiosa, fez a doação ao Padre Ibiapina, de parte da fazenda, com casas, bovinos, asininos e muares para construção de mais uma casa de caridade em Santa Fé. A Igreja Matriz de Arara sob a invocação de Nossa Senhora da Piedade, teve sua construção iniciada também pelo Padre Ibiapina, que chegou a prestar igualmente relevantes serviços à comunidade que ali se formava.
Em 1876 o povoado já tinha cerca de 80 casas e 500 habitantes. Cândida Americana morreu pobre e esquecida, no final do Século XIX, em um humilde casebre, edificado em frente a Igreja Matriz de Arara. Como no Brasil, tem-se o costume de se esquecer a memória dos antepassados, o nome de Cândida Americana ficou esquecido por mais de cinquenta anos, quando finalmente foi lembrada na década de 1970, denominando uma rua secundária na cidade de Arara.
Arara foi mencionada como distrito do município de Serraria na divisão administrativa do Brasil no ano de 1937 e 1938. Sua emancipação política foi conseguida através da Lei n° 2.602, de 1° de dezembro de 1961, ocorrendo sua instalação oficial no dia 19 do mesmo mês e ano, desmembrando-se de Serraria. Muitos trabalharam pela sua emancipação, dentre eles podemos destacar a família de Marísio da Cunha Moreno.