Os senadores aprovaram nesta terça-feira (17) um requerimento para a realização de uma sessão solene em homenagem ao educador Paulo Freire, chamado pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) de "energúmeno". O comentário negativo foi feito na manhã de ontem, quando Bolsonaro defendia o fim da parceria do Ministério da Educação (MEC) com a TV Escola. "Tem muito formado aqui em cima dessa filosofia do Paulo Freire. Esse energúmeno aí, ídolo da esquerda", afirmou na ocasião.
Na sessão que aprovou o requerimento, os senadores defenderam o educador e pediram para o presidente Bolsonaro ler as obras produzidas por Paulo Freire, considerado patrono da Educação no Brasil.
"Eu queria sugerir ao presidente da República que procedesse a leitura de algumas obras de Paulo Freire, como Educação como Prática e Liberdade, Pedagogia do Oprimido, Pedagogia da Autonomia, Pedagogia da Indignação", disse Fabiano Contarato (Rede-ES).
O senador defendeu que a culpa da educação brasileira estar um "caos" não é de Paulo Freire, mas do presidente. "Energúmeno é um presidente misógino, preconceituoso, sexista, homofóbico, racista", completou.
Já Randolfe Rodrigues (Rede-AP) lembrou o reconhecimento internacional do educador e fez uma comparação da importância histórica entre Bolsonaro e Paulo Freire. "O lugar de um: o panteão dos heróis da história; o lugar de outro: a lata do lixo da história a que ele caminha a passos largos", disse.
Responsável nominal pelo requerimento da sessão, o senador Weverton (PDT-MA) afirmou que "homenagear Paulo Freire é reconhecer a própria história do Brasil". "Não é os muros das universidades que, apenas para dentro, precisam se indignar com essa tamanha agressão ao mestre da educação, mas, sim, qualquer homem e mulher que sabe que, um dia, nós podemos ser melhores se praticarmos o bem", afirmou.
Fonte: Congresso em Foco
